17 de dezembro de 2008

Edino Krieger, o mais carioca dos catarinenses

Todos os Krieger que conheço são adoráveis - Neném, Edu, Fernando, Fabiano e Edino, que gastou uma tarde inteira reconstituindo suas longevas oito décadas de vida para esta entrevista, publicada na revista Carioquice. Que tal desbravar o texto abaixo?

Compositor e maestro premiado, com passagens por jornais, rádios e instituições culturais, Edino Krieger chega aos 80 anos com a mesma vitalidade de sua música, cada vez mais presente nas salas de concerto mundo afora. Catarinense de berço e carioca por paixão, Edino nasceu numa daquelas famílias bem musicais. "Meu pai tocava vários instrumentos. O principal era o bandoneon, que, aos dez anos, ele já empunhava no cinema-mudo. Depois violino, clarinete e acordeon. Era o mais velho de dezessete irmãos e ensinou música a todos que cresceram com ele porque quatro morreram antes de chegar aos dois anos". O ano era 1929, quando Aldo Krieger reuniu irmãos, primos e tios do lado italiano e fundou o primeiro jazz band de Santa Catarina. O curioso é que, com um nome tão sóbrio - Jazz Band América -, a turma fazia música de carnaval. Edino era apenas um garotinho de um ano de idade, que mal sabia o quanto aqueles momentos influenciariam nas suas escolhas.

"As minhas primeiras lembranças musicais são dos ensaios do jazz band na alfaiataria do meu avô. Eles afastavam as máquinas de costura e botavam para quebrar. Os jovens da cidade também apareciam para escolher as fantasias, que podiam ser de jardineira, touradas em Madri ou periquito verde". Na estante, reluziam as partituras que eles mandavam buscar em São Paulo. Em 1934, a banda era formada por dez músicos, cinco de sobrenome Krieger e os outros cinco, Diegoli. "De Brusque, foram solicitados a tocar nas cidades vizinhas. Comecei a assistir aos ensaios por volta dos três ou quatro anos". Fora da época carnavalesca, Aldinho, como era conhecido, se reunia com o mesmo time de músicos num boteco qualquer e ali eles preparavam as serenatas para as namoradas. O repertório variava entre polcas, valsas e choros cariocas de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, que encantavam Aldo desde a adolescência. "A última seresta era na porta de casa, para amaciar a minha mãe, que recebia todos com cafezinho às cinco da manhã".

Leia a entrevista na íntegra na Carioquice!

* Foto de Adriana Lorete *

4 comentários:

Monica Ramalho disse...

Edino está na capa do Segundo Caderno de hoje, na matéria sobre a Cidade da Música. Escreveu a sinfonia 'Abertura carioca' para o concerto de estréia, amanhã. Leia!

Paul Constantinides disse...

querida monica
q barato a vidade do Edino...fui la no linque do Carioquice e gostei muito da materia, das fotos e da edicao (composicao, tudo)..muito gostoso de ler e ver...ai ficou a pergunta? q revista eh esta? vcs publicam ai no Rio? Eh uma revista online?

ficamos aqui bela.
olha, hoje com saudades do que nao conhezo.

abs
Paul

Monica Ramalho disse...

oi, paul! é uma revista editada pelo instituto cravo albin, com distribuição dirigida. apenas colaboro com eles - ultimamente tenho colaborado mais.

sei bem como é essa 'saudade do que não se conhece'. beijão!

Sergio Brandão disse...

Oi, Monica! Depois de Roberta Sá, outro belo e bem escrito perfil! Do tipo que a gente começa a ler e acaba indo até o final... Outra boa dica de leitura!!! Bjs.