Carol Saboya enveredou pelas canções de Mário Sève e apresenta inéditas do artista no álbum 'Chão aberto'. O disco aponta para a solidez de uma carreira esculpida em anos de estrada, que lhe rendeu prêmios e viagens internacionais. A cantora lançou mão de toda essa maturidade para eleger como repertório de seu oitavo disco a obra de um compositor ainda desconhecido do grande público. O lançamento será na próxima quarta, 3, às 19h30, em show no Rival. Carol será acompanhada pelo próprio Mário Sève nas flautas, no saxofone e nos pifes mais Gabriel Gezsti no piano e no acordeão, Dôdo Ferreira no baixo e Cassius Teperson na bateria, com participação especial de Edu Krieger e Daniel Gonzaga.
"Esse é um trabalho de muitos desafios. Cada disco reflete uma paixão, um momento da vida da gente. Quis ser a primeira a gravar essas músicas lindas de um grande autor que pouca gente conhece", diz Carol, apostando na vontade do público de escutar novidades. "Começamos a trabalhar juntos em janeiro e queríamos lançar o álbum ainda este ano. A obra do Mário já era considerável, mas a maioria das inéditas que escolhemos para o Chão aberto foi composta justamente em 2008", situa a cantora. "Ouvimos tudo, apurando o que ficava bom na voz da Carol e eu segui compondo, entusiasmado pelo interesse dela pelas minhas músicas", explica o compositor.
Sève também assina a produção musical e 13 dos 14 arranjos, como o da faixa-título, que inclui as cordas do Quarteto Uirapuru, formação para a qual ele nunca havia escrito. No repertório, ritmos tradicionais da cultura brasileira, entre eles o samba "Águas passadas" (co-assinada por Chico César, com arranjo de Gabriel Gezsti), a capoeira "Arraia miúda", o maracatu "Feito à mão", o choro "Finais possíveis" (as três com letra de Mauro Aguiar), a marcha "Um segredo" (com Guile Wisnik, o parceiro mais constante de Mário Sève) e o tango “Canción necesaria” (com Cecilia Stanzione). o compositor foi à Argentina para gravar o bandoneon do legendário Walter Rios, maestro que já tocou com Mercedes Sosa e Goyeneche.
O disco foi gravado em algumas sessões – cerca de quatro faixas por entrada em estúdio. "E nestes meses houve muito entrosamento, fizemos vários ensaios e achamos que seria importante testar a reação do público", fala a moça. O show foi realizado no final de junho para um Mistura Fina lotado. Em retrospectiva, Carol diz, por exemplo, que foi difícil interpretar ao vivo o cordel "Draganjo", parceria de Sève e Mauro Aguiar. "Quis cantar de uma maneira nordestina e bruta mas, ao mesmo tempo, do meu jeito". O amigo Daniel Gonzaga divide os vocais com ela nesta faixa. Há outras participações solares na bolacha: Edu Krieger canta e toca violão de sete cordas na divertida "Trocando as pernas", da qual é co-autor, Lui Coimbra abraça o seu violoncelo em "O segredo" e Marco Suzano, dono de uma percussão ultra moderna, larga as digitais em sete faixas de 'Chão aberto'. É um discaço, minha gente.
* Reprodução da capa do disco *
29 de novembro de 2008
'Chão aberto' leva Carol Saboya por nova seara
28 de novembro de 2008
Monica Cristina São Paulo
Mal parei para comer e dormir nos últimos quinze dias, mas sei que estou um pouco em falta com você - que continua vindo aqui para espiar o mesmo post de uma semana atrás. Em recente entrevista com o dramaturgo Alcione Araújo - as horas juntos renderam um perfil sobre ele, puxado pelo novo romance: o magnético 'Pássaros de vôo curto' (dá vontade de tomar um café ou drink com certos personagens) -, ele me disse que "você nem viveu nem viverá determinadas cenas, mas pode descobrir as sensações ao ler sobre elas".
Ler e ver e ouvir. No teatro, no cinema, na música. O que é 'Vicky Cristina Barcelona', de Woody Allen? Diverte e faz pensar ao mesmo tempo. Preciso ver mais uma vez! Como também preciso visitar novamente o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Uma aula (no melhor estilo a-união-faz-a-força) sobre a gênese do idioma que eu e você apreendemos desde antes de tudo o mais. Por falar nisso, continuo adorando as aulas de inglês e até vou me arriscar na leitura de 'The catcher in the rye', a novel by J. D. Salinger. Será que vou dar conta? (risos). Na vitrola digital, rodam as três bolachas de 'Michael Jackson & Jackson 5'.
E, em paz com os sentidos, sigo a minha rotina alucinada que só deve acalmar em meados de dezembro. Prometo dar o ar da graça por aqui antes disso ;)
* Foto dos bastidores de 'Vicky Cristina Barcelona' *
23 de novembro de 2008
Da novíssima série: 'Experimente!'
Experimente usar umas horinhas do seu fim de semana para revirar a terra e plantar - ou replantar - uma flor. Depois, pesquise na web os cuidados que ela requer. E será ótimo passar os dias pertinho de suas folhas e aromas.
Como escreveu o poeta inglês William Blake: "Criar uma pequenina flor é um trabalho de eras".
* Foto de Philip J. Brittan *
20 de novembro de 2008
De Porto Alegre à Praça Tiradentes
Marisa Rotenberg vai passar pela famosa prova de fogo das cantoras na próxima segunda, 24 de novembro, quando lançará o álbum 'Boa hora' em solo carioca. Digo prova de fogo porque é o segundo de uma carreira iniciada em 2002 com o disco 'Na batida', mais conhecido por gaúchos e sulistas. Com recursos da Petrobras, 'Boa hora' chegará às lojas via Pic Music, selo de Antonio Villeroy.
Gastão (irmão de Antonio) Villeroy e Eugenio Dale produziram e fizeram os arranjos do disco, que reúne inéditas de compositores da nova geração advindos de várias partes desse Brasil imenso. Dos cariocas vêm a faixa título, o samba-de-roda "Boa hora", de Alvinho e Domenico Lancelotti, recém-gravado pelo Fino Coletivo; o samba-jazz "Morrer de Bem", de Rodrigo Campello e Suely Mesquita, traz Rodrigo no cavaquinho e nos violões; e do maranhense Zeca Baleiro, Marisa canta a malemolente "Ai ai, Iaiá", entre outras.
Quer ouvir tudo isso de graça? Apareça no Centro Cultural Carioca na segunda, a partir das 21h. Marisa vai se apresentar com Gastão Villeroy no baixo e na direção musical, Felipe Pinaud no violão e no bandolim, René Rossano no violão e na guitarra e Mac William na bateria e na percussão. Canjas de músicos que gravaram em 'Boa hora' estão prometidas para a noite.
* Reprodução da capa do álbum *
'No gargalo': Decantar...
Um dos mais charmosos rituais no serviço do vinho é a decantação. O anfitrião ou sommelier abre cuidadosamente a garrafa para que a rolha não despedace e verte devagarzinho o líquido para o decanter. Não deve ficar remexendo a garrafa pra lá e pra cá. O gesto tem que ser firme e suave ao mesmo tempo. O vinho permanecerá descansando ali por uma hora ou mais. Esse procedimento serve para separar sedimentos da garrafa, a borra, e também para fazer com que o vinho libere seus aromas, "se abra", como dizem os iniciados.
Mas a decantação, como muitos temas em torno do vinho, não é unanimidade. Tem especialista que acha que o processo acrescenta muito pouco à bebida, beirando o desnecessário. Outros acham que é imprescindível, aconselhando a decantar qualquer garrafa de vinho que surgir na nossa frente. Branco, tinto, jovem, maduro, todo mundo pro decanter. Tem um pessoal tão convencido dos benefícios da decantação que submetem até espumante ao procedimento. Ai, meu Deuso. Isso eu nunca fiz, mas de repente...
Bem, eu acho que cada um tem que tirar suas conclusões. Faz o teste, é mais um motivo para beber vinho e você pode dizer que está fazendo uma pesquisa. É só abrir uma garrafa, colocar parte do vinho no decanter e deixar descansando por pelo menos 40 minutos. Sirva uma outra parte na sua taça e beba. Depois, experimente o caldo decantado e dê seu diagnóstico. A experiência com duas garrafas do mesmo vinho é ainda melhor. Você põe uma para decantar e a outra você bebe logo ao abrir. Quando acabar a primeira, o líquido decantado estará no ponto para sua criteriosa análise.
Um adendo: procure companhia, vai ser mais agradável. Além do mais, seu fígado e sua cabeça vão agradecer no dia seguinte.
Um beijo, gente!
* Foto decantada do site Apartment Therapy New York *
18 de novembro de 2008
Sérgio Ricardo dez anos depois
Após uma década de ausência da cena musical, o cantor e compositor Sérgio Ricardo têm encontro marcado com o público no Teatro Rival Petrobras em 21 e 22 de novembro, quinta e sexta próximas, às 19h30. O álbum 'Ponto de Partida' (feito com recursos da Petrobras e distribuído pela Biscoito Fino) traz um pouco de tudo, da capoeira ao baião, do afrosamba às milongas, do samba-canção à bossa nova. O artista fez releituras de suas canções mais representativas com arranjos e harmonias ousados, fruto de seu rico intercâmbio com a nova geração de músicos, entre eles os irmãos Marcelo e Alexandre Caldi. “Sem desmerecer os outros, este é meu melhor disco. Saiu exatamente como eu quis", escreve, em festa, no release.
No repertório deste par de shows iniciais, maravilhas como 'Barravento', 'Poema azul', 'Ausência de você', 'Maria do Tambá', 'Palmares' (parceria com Capinam) e 'Deus e o diabo na terra do sol' (com Glauber Rocha). Sérgio estará acompanhado pelos filhos Marina e Adriana Lutfi nas vozes e João Gurgel no violão, mais Alain Pierre nos violões, PC Castilho nos sopros, Gabriel Geszti no piano e acordeão, André Santos no baixo, Ignez Perdigão no cavaquinho e Naife Simões nas percussões. A direção musical é de Alain Pierre e a produção executiva, da amiga Daniela Camargo.
O Teatro Rival Petrobras fica na Rua Álvaro Alvim, 33/ 37, na Cinelândia. Ingressos de R$ 20 a R$ 40.
* Reprodução da capa do disco *
11 de novembro de 2008
Mar adentro
Ao ler a notícia de que Hannah, uma criança de 13 anos, quer "morrer com dignidade" na Inglaterra, me veio à mente cenas do impactante 'Mar adentro', de Alejandro Amenábar, estrelado por Javier Bardem. Lembro que assisti ao filme espanhol na véspera do meu acidente de carro, em março de 2005, e saí do cinema achando a minha vida bela, belíssima, apesar da turbulência causada por uma separação dias antes.
E o longa entrou pro roll dos meus clássicos. Há semanas, comprei 'Mar adentro' e, em Paraty, eu e Val aproveitamos uma noite chuvosa para rever a película. Sim, sou daquelas que vêem e revêem, lêem e relêem, escutam, escutam e escutam mais uma vez, descobrindo frases e movimentos de câmera, gostando mais das músicas e dos argumentos. Em alguns casos, como o de Ramón Sampedro (interpretado por Bardem) e a pequena e real Hannah, o direito de morrer deveria ser assegurado na lei. Veja fotos reais de Sampedro aqui.
Hannah se recusa a operar porque as chances de sobrevivência são baixíssimas e, na melhor das hipóteses, ela vai ficar dependente de intensos cuidados médicos a vida inteira. Ela quer abandonar o tratamento e passar o tempo que lhe resta em casa, entre bonecas e familiares. Justo. A inglesinha era saudável até os 5 anos, quando, para tratar uma leucemia, fez uso de remédios tão fortes que enfraqueceram seu coraçãozinho. Você encontra a notícia completa no G1.
* Reprodução do cartaz original do filme *
10 de novembro de 2008
7 de novembro de 2008
PC Castilho lança 'Vento leste' dia 12 no CCC
'Vento leste' é o flagrante da ousadia do compositor, cantor, flautista, violonista e percussionista (ufa!) PC Castilho. Já na estréia solo, ele vem com um álbum autoral e duplo - a primeira bolacha reúne canções e a segunda é toda dedicada à música instrumental. Ao todo, são 12 faixas cantadas, como "A paz", "Sopro do vento" (regravada agora pelo Garganta Profunda no novíssimo 'Quando a esquina bifurca') e o xote "Pra você, mãe", sucesso nas apresentações desse rapaz de Angra dos Reis; e nove temas instrumentais, entre eles "Gráfico", "Olhar futuro" e "Cheirinho de Érica".
Acompanhado por Marcelo Caldi (teclado, sanfona e vocal), Marcílio Figueiró (violão de nylon, violão de 12 cordas e vocal), Carlos Rabha (baixo elétrico e vocal), Naif Simões (percussão) e Anderson Domingos (bateria), PC Castilho promete balançar o público do Centro Cultural Carioca na noite de 12 de novembro com o sopro deste 'Vento leste'. O meu amigo vive dizendo que "A melhor coisa do mundo é fazer show. É quando divido a minha música e troco energia com as pessoas, me sinto fazendo bem para todo mundo". E faz mesmo, pessoal!
* Foto de Lucíola Villela *
6 de novembro de 2008
'No gargalo': A vida é doce
Posso estar enganada, mas me parece que os vinhos de sobremesa (ou vinhos doces) ainda são poucos conhecidos por estas plagas.
Essa maravilha não tem nada a ver com os vinhos suaves, capazes de nos causar dor de cabeça por uma semana apenas ao tocá-los. São vinhos de qualidade inferior, feitos com uvas de mesa e que recebem adição de açúcar. Baratos, lotam as prateleiras dos supermercados. É bebida de “mulherzinha”, aquela coisa docinha tipo Martini para a moçoila que está começando na carreira etílica.
Já o vinho doce é outro papo. O processo de produção é trabalhoso e delicado. Exige uvas especiais com alto teor de açúcar natural. A alta concentração de açúcar pode ser obtida através dos métodos de passificação, colheita tardia (late harvest) ou pelo ataque do fungo Botritys cineria, a podridão nobre, que você vê nesta foto abaixo.
Resumindo, é assim:
Passificação – as uvas são colhidas maduras e depois postas em um galpão para desidratar. Elas perdem água e aumenta a concentração de açúcar;
Colheita tardia ou late harvest – as uvas são colhidas após a maturação completa. As bichinhas ficam lá na parreira semanas depois de amadurecerem sendo vítimas também de uma desidratação;
Botritys cineria – esse nome esquisito é de um fungo que ataca a casca das uvas causando furinhos minúsculos. A uva acaba desidratando e também aumentando o açúcar residual. É um fenômeno conhecido como a podridão nobre e não pode ser estimulado ou evitado. O ataque desse fungo só acontece naturalmente, é um presente da natureza para os produtores. Ele se dá na França, na região de Sauternes, e também na Áustria, Hungria e Alemanha. Neste último país, há também os fantásticos vinhos do gelo (eiswein ou icewines). As uvas são colhidas congeladas, em noites de inverno, resultando num vinho doce raro, com alto teor de açúcar e acidez. Todo mundo deveria poder provar a magia de uma garrafa de eiswein!
Há vinhos de sobremesa que estão entre os mais saborosos e caros do mundo. Mas também, com tanta poesia, a gente até entende.
Saúde e paz pra você!
* Foto de Tom Maack *
5 de novembro de 2008
4 de novembro de 2008
Tão
É que já estás tão dentro de mim
que me falta o ar quando despedimos
Já estás tão dentro
que me falta
quando
No tempo levo
e já não esqueço
estás e ficas
aqui e lá
que já não perco
É que já estás tão dentro de mim
que só te vejo!
* Poema de Val Becker *
1 de novembro de 2008
Vende-se Samsung 932 BW de 19'' novíssimo!
Motivo: estou apaixonada pelo meu Sony Vaio ultra portátil.
Comprei este monitor fantástico cerca de dois meses antes de adquirir o notebook numa promoção da Sony. Custou quase R$ 800 e repasso por R$ 650 à vista ou R$ 700 parcelado. Vai na caixa e com nota fiscal - a garantia é de dois anos. Interessou? Escreve aí pra gente negociar! ;)