Com o perdão do repeteco de autor (porque ando num astral claricelispectoriano): "Não ter nascido bicho parece ser uma de minhas secretas nostalgias"
* Frase de Clarice Lispector e foto de Alistair Berg *
30 de setembro de 2008
'Verdades a granel' por Clarice Lispector
29 de setembro de 2008
Pedro Paulo Malta convida
Brevíssimo e-mail para informar que participarei do lançamento da Revista do Lalau (nesta segunda-feira, dia 29, às 19h, no Espaço Cultural Sérgio Porto), com um show de bolso de sambas do universo sérgio-portiano: mulheres, Copacabana, mulheres, Rio de Janeiro, mulheres, jazz, mulheres, Cartola, mulheres...
Seria um prazerzão encontrá-los por lá.
Beijos,
PP
* Clique no flyer para ler as letras miúdas! *
28 de setembro de 2008
27 de setembro de 2008
25 de setembro de 2008
Uma fada inflada para chamar de sua
Um livro lindo, lindo, lindo. Dos mais doces de todos os tempos. Feito para crianças, mas com a varinha de condão apontada para a sensibilidade dos adultos. Ah, quer saber? Adulto coisa nenhuma! Porque quem deixa de se emocionar com estórias como essa da fada e gosta de bater no peito para dizer que cresceu, na verdade, morreu.
Eu sou uma criança nascida em 1976. E você? :))
Comece a voar pelo infinito poético da fadinha criada pelas queridas Luiza Leite e Tatiana Podlubny através do blog. Chegando lá, você pega as coordenadas de como convidar a fada inflada para morar na sua estante. E ela ainda vem com adesivos para colar no seu notebook, skate, na sua agenda e nas flores que você vai mandar pra namorada.
* Ilustração de Tatiana Podlubny *
23 de setembro de 2008
Trio 3-D celebra 45 anos de samba-jazz
Em dezembro de 1963, e, portanto, aos 16 anos, Antonio Adolfo formou o Trio 3-D para fazer a base do musical 'Pobre menina rica', de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, em temporada no Teatro de Bolso. “O convite partiu de Carlinhos Lyra, que também deu o nome ao conjunto”, situa Adolfo. O Trio lançou discos memoráveis, tão bons que alguns permanecem em catálogo. E para comemorar os 45 anos do seu surgimento, Antonio Adolfo veio ao Brasil para tocar no Mistura Fina nos dias 26 e 27, últimas sexta e sábado de setembro, às 21h30.
“A idéia é fazer uma retrospectiva da minha carreira, que ganhou força ali entre 1963 e 1964 com o Trio 3-D. E percebi que, no meio dessa celebração toda pelos 50 anos da bossa nova, a imprensa brasileira ainda não festejou os trios, que eram muito fortes na época”, conta. Nesta curtíssima temporada carioca, Antonio Adolfo (piano) vai subir ao palco acompanhado por Sergio Barrozo (baixo acústico) e Chico Batera (bateria), uma das formações originais do conjunto. “Com Adolfo e Sergio eu fecho os olhos e vou para qualquer lugar”, brinca Batera, referindo-se aos amigos de longa data.
Quando começaram a tocar juntos, Chico Batera e Sergio Barrozo, que regulam em idade, tinham só 20 anos, mas já eram o que Batera chama de 'músicos faixa-preta'. Tocavam como veteranos! “E tenho certeza de que a gente vai ter um prazer ainda maior de se apresentar junto porque a gente está tocando melhor do que antes”, avalia o baterista. “Espero que a gente encontre uma sinergia boa para reviver o 3-D, que nos fez tão felizes naqueles anos efervescentes”, acalenta Barrozo.
Nos shows, o público vai ouvir muito samba-jazz: “Céu e mar” (Johnny Alf), “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Consolação” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), entre composições de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Kximbinho. “Quero fazer um apanhado de músicas que marcaram outras fases da minha carreira”, avisa o pianista, atualmente radicado nos Estados Unidos. É o caso de “Sá Marina” e “Juliana” (ambas em parceria com Tibério Gaspar) mais “Chicote”, “Partido leve” e “Cascavel”, todas de Adolfo.
Quando a bossa nova bebericou o uísque do jazz
Foi através dos legendários trios instrumentais que a bossa nova bebericou no uísque do jazz e desenhou o traço fundamental do samba-jazz. Essa fusão do samba do morro com o jazz americano nasceu no Beco das Garrafas, em Copacabana, que reunia dois ou três inferninhos e onde “todo mundo tocava com todo mundo”, nas palavras de Chico Batera. Tamba Trio, Zimbo Trio, Bossa Três, Jongo Trio e Sambalanço Trio foram apenas alguns, formados no mesmo período do 3-D, este liderado por um garoto tímido e precoce, super talentoso, que 'destruía' no comando de seu piano: Antonio Adolfo.
Em 1964, o grupo estreou em long play com 'Tema 3-D', que trazia o argentino Cacho Pomar no contrabaixo, Nelson Serra e Dom Um Romão se revezando na bateria, Arisio no violão e Claudio Roditi, aos 17 anos, no trompete. Foi a primeira vez do músico, hoje apontado como um dos melhores trompetistas do mundo, em estúdio. Em abril de 1965, o conjunto fez um de seus álbuns mais importantes: 'Trio 3-D convida', com participações estelares de Raul de Souza, Eumir Deodato, João Theodoro 'JT' Meireles, Paulo Moura e Edson Maciel.
Se você digitar neste instante o nome do Trio 3-D no Google vai encontrar algumas referências aqui, o nome de um disco acolá e, ainda, a reprodução da capa do álbum 'A 3ª dimensão de Lennie Dalle com Trio 3-D', que saiu em 1966 num daqueles projetos gráficos espetaculares que Cesar G. Villela desenvolveu para o selo Elenco. Mas para ouvir Antonio Adolfo e Trio 3-D ao vivo, a oportunidade é esta: dias 26 e 27 de setembro, às 21h30, no Mistura Fina. Isso é história!
* Texto e fotos de Monica Ramalho *
22 de setembro de 2008
Tem 'Hey, ladies' nesta quinta!
Parafraseando Silvio Santos, eu não vi, nem a minha mulher viu, mas queremos ver! hahahaha Quinta agora, 25 de setembro, vai rolar mais uma edição da festa 'Hey, ladies!' que, juram de sapatões juntos, tem muita mulher bonita e solteira louca para beijar na boca. Atenção, amigas free! hahahahaha
Para saber detalhes sórdidos da festa, basta um único clique: www.heyladiesonline.blogspot.com
'Verdades a granel' por Clarice Lispector
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas".
* Trecho do manuscrito 'A Hora da Estrela', de 1977 *
19 de setembro de 2008
Livro aberto
Essa cama imensa consumindo a noite
Esse livro aberto como alegoria
O abajur perdido em sua luz
Essa água quieta desejando a sede
O controle girando no ar
A tevê remota em sua fantasia
Uma alegria que não vai passar
Se você vier
O tapete e seu plano de vôo
O lençol revolto antecipando o gozo
Essa velha casa de coral
Essa concha muda que o meu sonho habita
A paixão invicta que não vai passar
Se você vier
Esse rádio doido de olhos valvulados
Esse livro aberto como uma sangria
Esse poema novo sem papel
O papel que cabe aos meus sapatos rotos
O meu rosto que o espelho não vê
A janela imóvel em seu desatino
Esse meu destino que não vai passar
Se você vier
Esse quarto agindo à minha revelia
Esse livro aberto como uma indecência
O desejo é um naco de pão
A ilusão exposta em tanto desalinho
Uma tecla insiste em bater
No relógio o tempo é uma saudade tensa
E essa cama imensa que não vai passar
Se você vier
* Música de Vitor Ramil e foto de Gary Chapman *
18 de setembro de 2008
'No gargalo': Às cegas
Um dia participei de uma brincadeira. Eu mais um punhado de amigos fomos a uma degustação que tinha uma característica bem peculiar. Era uma degustação às cegas. Não, não estávamos todos de olhos vendados. Mas as garrafas sim, essas estavam todas envoltas em papel alumínio.
A única pista dada por quem conduzia a degustação foi a de que os vinhos que iríamos beber eram italianos, chilenos ou brasileiros. Ponto final. A gente tinha que fazer uma breve avaliação e dar uma nota sem saber que vinhos estávamos bebendo.
Tá, e qual é a onda? Ora, a onda é liberar o preconceito. Querendo ou não, somos influenciados por marcas, pela imagem que um nome representa. Se soubéssemos a origem das garrafas tenderíamos a ser mais condescendentes com umas e mais rígidos com outras. Elementar.
Às cegas, cada um põe a viola no saco e mergulha na honestidade de suas sensações. Todos calçam as sandálias da humildade. E tudo acontece. Notas altas para aquele vinho que você torcia o nariz e notas baixas para aquele caldo que todo mundo fala bem. Claro, que algumas vezes se confirma o valor dos vinhos que já estão bem na fita.
Mas o que importa numa degustação às cegas é que ninguém é dono da verdade. Vide o livro "O Julgamento de Paris", que relata a emblemática degustação às cegas entre vinhos franceses e californianos, onde os segundos se deram muito melhor. E numa banca cheia de franceses!
Experimentem. Degustação às cegas é o bicho. Acho que a gente podia bolar uma. Bora?
* Foto de Martin Harvey *
17 de setembro de 2008
Stonewall Brasil estréia na web!
Essas figuras que aparecem juntinhas na foto - Carlos Feijó, Cynthia Moreira, Paula Ibarra, Robson Camilo e Adrien Escultori, nesta ordem - também estão próximas na vida real: reforçam a equipe que lança na web nesta quinta, 18 de setembro, o site www.stonewallbrasil.com
O endereço vai representar o Brasil num movimento em defesa dos homossexuais, que foi inspirado na revolta gay ocorrida no bar novaiorquino Stonewall (daí o nome...) em 28 de junho de 1969. A imagem, no melhor estilo 'a-união-faz-a-força', está publicada no jornal O Dia de hoje. Sucesso, pessoal!
* Foto de Isabela Kassow *
16 de setembro de 2008
Em outra língua
Tudo isso para contar que hoje começam minhas aulas semanais do idioma da terra do jazz com uma professora particular. Aliás, faremos eu e Val (que fala mais do que eu, o que, convenhamos, não é difícil). Já tiramos o pó das gramáticas e dicionários e tal. Adoro me equipar! Difícil mesmo vai ser não sair enrolando a língua: a professora ensina bem ali no Baixo Gávea :))
* Foto de Chris Amaral *
15 de setembro de 2008
'Satolep sambatown' toca sem parar por aqui
* Foto de Eneida Serrano *
12 de setembro de 2008
Olinda ainda está sob meus pés
Fiz bem menos fotos do que gostaria - mas estava absorvida pela tarefa de escrever sobre os concertos magníficos da Mostra Internacional de Música em Olinda (MIMO) -, mas vai de presente para você um pedacinhozinho do centro histórico da antiga capital de Pernambuco:
9 de setembro de 2008
'Verdades a granel' por Marcelo Tas
"O Brasil só vai ser um país decente quando o João Moreira Salles fizer um documentário sobre bancos".
* Frase retirada de uma entrevista do Tas e foto do Getty Images *
2 de setembro de 2008
Vou a Olinda e já volto
Dona de uma paisagem exuberante, com arquitetura notável que se vislumbra em sobrados, casarões e mais de vinte igrejas, Olinda foi escolhida para sediar o evento por sua coleção de predicativos, como as delícias da culinária local e a oferta de hotéis aconchegantes. Até o clima da cidade é favorecido pela brisa praiana em setembro! E os concertos da Mostra Internacional de Música em Olinda (MIMO), separados por distâncias que podem ser vencidas a pé, contribuem para que esta semana dedicada à música seja mais uma das bênçãos de Olinda.
O texto acima está publicado no site da MIMO, meu destino nos próximos seis dias. Até lá, este blog estará em saboroso recesso. Para acompanhar a cobertura da mostra, a partir desta quarta, 3, visite: www.mimo.art.br
* Fotos de divulgação *
1 de setembro de 2008
Tudo azul e branco nos cinemas
Portelense como minha mãe para tristeza do pai, que era Salgueiro, fui assistir a estréia do filme 'O Mistério do Samba', dirigido por Lula Buarque de Holanda e Carolina Jabor, com Marisa Monte à frente da direção musical e reforçando as equipes de roteiro e produção. É um belo filme, com poucas ressalvas. O que ficam mesmo são os personagens bárbaros e as cenas de dar nó na garganta que trouxeram à memória a infância suburbana, as visitas que fiz, já como repórter, a casa da Tia Surica, em Madureira, e os encontros com Argemiro Patrocínio (1922-2003) e Jair do Cavaquinho (1923-2006).
De Argemiro guardo dois autógrafos e algumas palavras trocadas naquele tumulto das rodas de samba. De Jair, guardo um pouco mais. O chapéu de palha autografado se desfez em tantas mudanças, mas ainda estão comigo uma fitinha cassete, a entrevista transcrita e duas fotos ampliadas em preto e branco. Ouço com regularidade os discos dos sambistas lançados pelo Phonomotor e outro dia mesmo achei uma cópia da matéria publicada no JB Online em março de 2002, a primeiríssima sobre o par de bolachas.
Aliás, uma história ótima: quando soube que a Acari Records (da amiga Luciana Rabello) havia vendido o álbum do seu Jair à Phonomotor, liguei para o escritório de Marisa na intenção de descobrir algo sobre o disco do Argemiro. O empresário disse quase nada e fez suspense, alegando que não poderia dar o furo para um jornal virtual. Num arroubo jornalístico, procurei Jair e Argemiro e, enfim, escrevi a minha reportagem antes de todo mundo, que você pode ler aqui!
Vou ser breve acerca do que atravessa no longa porque quero que todo mundo veja o filme e se emocione: Marisa aparece demais, Paulinho da Viola não interage com os velhinhos (a não ser numas imagens da década de 70) e Zeca Pagodinho está deslocado na quadra da escola. Aliás, parece que foi chamado só para atrair as massas ao cinema. Justiça seja feita: quem brilha realmente neste 'O Mistério do Samba' (o nome é outro equívoco...) são os sambistas da Velha Guarda da Portela e a minha azul-e-branco do coração :))
* Fotos de Toca Seabra *