Em junho de 1995 eu já havia prestado vestibular para Comunicação na Facha. Devorava livros, amava cinema e me divertia com comerciais na televisão. Havia sete meses que segurava o diploma da Etec de técnica em publicidade e, enfim, vivia naquele limbo entre o doloroso fim da adolescência e o início movediço da vida adulta - a certeza de que cresci mesmo bateu recentemente, já na faixa dos 30...
O fato é que ganhei de presente do Ogata, um rapaz muito bacana que conheci num ponto de ônibus na Gávea, um livro doce, doce: 'Cartas a um jovem poeta', de Rainer Maria Rilke. Ogata trabalhava numa livraria em Botafogo e se encantava com o meu interesse por todos os assuntos que ele dominava tão bem, entre eles, literatura. E foi neste livro, recebido no dia dos meus 19 anos, que grifei este trecho, compartilhado com você agora:
"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite: 'Sou mesmo forçado a escrever?'. Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples 'sou', então construa a sua vida de acordo com esta necessidade".
E pensar, tantos anos depois, o quanto este simples conselho de Rilke e Ogata foi fundamental para minhas escolhas! :)
(Texto de Rainer Maria Rilke e foto de Monica Ramalho)
8 de junho de 2008
Conselho de Rilke e Ogata
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Um comentário:
belo conselho!
(o trabalho está um caos, mônica. por isso o sumiço. uma chatice a tal da responsabilidade.)
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