31 de dezembro de 2008

'Laranja' de varal novo!

Por falar em Fernanda Thiesen, a fotógrafa da magrela na neve, foi ela quem cuidou pessoalmente da mudança desde blog para o meu pontocom (que, aliás, foi ela quem comprou também. ocupo demais a moça desde 7 de agosto de 1995, quando nos conhecemos no trote da faculdade rs). Obrigadíssima, Ferni!

E super obrigada a você, leitor, pelas mais de 11 mil visitas nos doze meses de 2008, viu? Muitos amigos acompanham o blog sem se manifestar publicamente; e há os Paul Constantinides da vida, que viram amigos de tanto 'esvoaçar os panos'. Adooooro! As idéias deste 'Laranja é a cor do vestido dela' agora serão estendidas no: www.monicaramalho.com.br. O quintal é grande! Apareça! E um 2009 de muitos posts bacanas para nós!

28 de dezembro de 2008

Bicicleta, uma das minhas novas paixões

* Foto da amiga Fernanda Thiesen, que mora no Canadá *

27 de dezembro de 2008

'Stand by me' é regravada em tour pelo mundo

'Stand by me', a antológica canção da soul music, composta por Ben King, Jerry Leiber e Mike Stoller na década de 60, foi regravada como um mosaico por artistas de nacionalidades variadas e o resultado você vê neste vídeo, feito por Mark Johnson e Jonathan Walls. Impecável - uma galeria de músicos cantam e tocam no mesmíssimo tom - também sob o ponto de vista tecnológico, o vídeo integra o projeto 'Playing for change' (saiba mais em www.playingforchange.com). Encante-se!

26 de dezembro de 2008

Nova York é uma cidade de profissões estranhas

"Toda tarde em Nova York um saxofonista meio maltrapilho, as bochechas enfunadas feito uma vela de barco, fica na calçada tocando 'Danny boy' de um jeito tão melancólico, tão sensível, que em pouco tempo metade dos moradores das redondezas se põe a olhar pelas janelas, jogando moedas de cinco, dez e 25 centavos a seus pés. Algumas moedas rolam para baixo de carros estacionados, mas com sua mão estendida ele consegue apanhar a maioria delas.

O saxofonista é um músico de rua chamado Joe Gabler; nos últimos 30 anos ele tocou em cada quarteirão de Nova York e já chegou a ganhar, num só dia, cem dólares em moedas. Mas ele também recebe baldes de água na cabeça, latas de cerveja vazias e acontece de ser perseguido por crianças e cães bravos. Vez por outra, em companhia de Carl, seu irmão, um guitarrista magrelo que recende a cerveja, Joe anda 32 quilômetros por dia, sete dias por semana. Joe e Carl foram criados em Lower East Side e estudaram até a terceira série. Mais tarde, Joe foi para um reformatório. E antes de chegar à adolescência, os dois já andavam pelos bares tocando.

"Desde então a gente tem andado aí pelas ruas", diz Joe. "Carl presta atenção nas ruas que percorremos cada dia e nunca vamos à mesma rua duas vezes num ano. O East Side de Manhattan é o melhor em termos de gorjetas, exceto no verão, quando os ricos viajam. Quando vamos aos territórios porto-riquenhos em West Side, sempre tocamos música hispânica e usamos chapéus de palha. Há uma senhora na Forty-Ninth Street que nos dá cinco dólares toda vez que tocamos 'When irish eyes are smiling'".

"O que você faz com todo esse dinheiro?", perguntaram a Joe.
"Ele vai embora", respondeu o músico.
"Vocês nunca vão sair das ruas e arranjar um emprego?".
"Não vamos sair das ruas até o dia da nossa morte", disse Joe em tom dramático.

"Não temos escolha", disse Carl, serenamente.

* Texto de Gay Talese e foto de Bullaty Lomeo *

24 de dezembro de 2008

O primeiro Natal sem meu pai

Ele não foi uma grande pessoa, não deixou nenhum legado à humanidade, nenhuma herança às suas filhas. Meu pai viveu no presente imediato sem acreditar que o amanhã chegaria - e dependeria, em largas proporções, das escolhas dele. Por causa do meu pai, sempre me lancei nos trabalhos com uma vontade absoluta de dar certo. E, assim, aprendi o que ele nunca me ensinou. Imenso era o medo de passar fome ou morar de favor na casa de parentes outra vez. Daí uma certa preocupação, às vezes desmedida, com o vil metal.

Esta será a primeira noite de 24 de dezembro da vida inteira sem a ranzinzice quase risível do meu pequeno pai. Sim, hoje sei que ele era apenas um garotinho que empinava papagaio e torcia pelo Fluminense sem jamais fazer questão de crescer até que (o tempo é implacável...), envelheceu.

* Foto de Frank Walsh *

21 de dezembro de 2008

Pássaros e uma aula de jornalismo

Há semanas terminei de ler um romance maravilhoso, 'Pássaros de vôo curto', a obra-prima do amigo Alcione Araújo. Em seguida, talvez para suprir a falta de tantos personagens envolventes, emendei dois livros interessantes: 'Fama & anonimato', lançado por Gay Talese nos anos 60, e 'Conversas com Almodóvar', de Frédéric Strauss. Juntos, os dois equivalem a uma super aula de jornalismo. O primeiro lança os fundamentos do chamado 'new journalism', criado pelo autor - que seria, nas palavras de Talese, "uma abordagem mais imaginativa da reportagem". Já no segundo você vê como se faz uma entrevista de verdade e ainda aprende tudo sobre a filmografia de Pedro Almodóvar. É dele o parágrafo a seguir, com o qual me identifico:

"(...) Quando tinha dez anos, interessava-me muito por todos os artistas cujo talento já se manifestara quando tinham a minha idade, como Mozart, que compusera músicas, enquanto eu não havia feito nada. Depois descobri que Rimbaud escrevera grandes poemas aos 18 anos; eu já tinha 18 anos e ainda não fizera nada. Procurava referências e descobri um escritor que só começara a escrever aos 40 anos: senti-me mais próximo disso, era tranqüilizador. Sempre senti a pressão do tempo. Isso não tem nada a ver com o fato de envelhecer, mas com a vontade de inscrever algo no tempo (...)"

Já comecei a ver & rever os filmes de Almodóvar. Tem mais alguém nesta onda deliciosamente kitsch?

* Reprodução do cartaz de 'A lei do desejo' *

17 de dezembro de 2008

Edino Krieger, o mais carioca dos catarinenses

Todos os Krieger que conheço são adoráveis - Neném, Edu, Fernando, Fabiano e Edino, que gastou uma tarde inteira reconstituindo suas longevas oito décadas de vida para esta entrevista, publicada na revista Carioquice. Que tal desbravar o texto abaixo?

Compositor e maestro premiado, com passagens por jornais, rádios e instituições culturais, Edino Krieger chega aos 80 anos com a mesma vitalidade de sua música, cada vez mais presente nas salas de concerto mundo afora. Catarinense de berço e carioca por paixão, Edino nasceu numa daquelas famílias bem musicais. "Meu pai tocava vários instrumentos. O principal era o bandoneon, que, aos dez anos, ele já empunhava no cinema-mudo. Depois violino, clarinete e acordeon. Era o mais velho de dezessete irmãos e ensinou música a todos que cresceram com ele porque quatro morreram antes de chegar aos dois anos". O ano era 1929, quando Aldo Krieger reuniu irmãos, primos e tios do lado italiano e fundou o primeiro jazz band de Santa Catarina. O curioso é que, com um nome tão sóbrio - Jazz Band América -, a turma fazia música de carnaval. Edino era apenas um garotinho de um ano de idade, que mal sabia o quanto aqueles momentos influenciariam nas suas escolhas.

"As minhas primeiras lembranças musicais são dos ensaios do jazz band na alfaiataria do meu avô. Eles afastavam as máquinas de costura e botavam para quebrar. Os jovens da cidade também apareciam para escolher as fantasias, que podiam ser de jardineira, touradas em Madri ou periquito verde". Na estante, reluziam as partituras que eles mandavam buscar em São Paulo. Em 1934, a banda era formada por dez músicos, cinco de sobrenome Krieger e os outros cinco, Diegoli. "De Brusque, foram solicitados a tocar nas cidades vizinhas. Comecei a assistir aos ensaios por volta dos três ou quatro anos". Fora da época carnavalesca, Aldinho, como era conhecido, se reunia com o mesmo time de músicos num boteco qualquer e ali eles preparavam as serenatas para as namoradas. O repertório variava entre polcas, valsas e choros cariocas de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, que encantavam Aldo desde a adolescência. "A última seresta era na porta de casa, para amaciar a minha mãe, que recebia todos com cafezinho às cinco da manhã".

Leia a entrevista na íntegra na Carioquice!

* Foto de Adriana Lorete *

15 de dezembro de 2008

Orquestrada pela música: perfil de Roberta Sá

Eu e Roberta Sá estamos, neste exato momento, cruzando os céus brasileiros (risos). Explico: fui convidada para escrever um perfil da cantora à edição de dezembro da VOETRIP. Era para ser uma matéria de dentro, mas as fotos do Calé ficaram bárbaras e o texto, feito com o coração, de modo que fomos os três promovidos à capa da revista. A seguir, um trecho da entrevista e o link para você ler tudo e se deliciar com as belas fotos da moça:

Uma maturidade recém-conquistada transparece nos pequenos gestos, do olhar confiante que você vê neste ensaio fotográfico, realizado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, à calma para discorrer sobre o futuro breve. Às vésperas de completar 28 anos e, portanto, já recebendo as influências do que os astrólogos chamam de 'retorno de Saturno', a cantora Roberta Sá abre o maior sorrisão quando conta o que ainda poucos sabem: que ganhou um Disco de Ouro pelo álbum 'Que belo estranho dia pra se ter alegria' e que rabisca idéias para rodar em 2009 o seu primeiro DVD.

"Gravei nesse segundo disco algumas canções que já estavam nos shows do primeiro e vem daí a vontade de fazer o DVD: ele será um resumo dos anos iniciais de carreira. Acho até que sou muito jovem para isso, mas preciso registrar esse momento em imagens e encerrar esse ciclo. E nem deve ser uma produção grandiosa, só precisa contar essa história", esmiuça Roberta, assídua no divã astral de Cláudia Lisboa. "Já está na hora de refazer o meu mapa e a revolução solar".


Leia o perfil completo aqui!

* Foto do Calé *

12 de dezembro de 2008

Beth Goulart desvenda a alma de 'Quartett'

Dirigida por Victor Garcia Peralta e estrelada pelos irmãos Beth Goulart e Paulo Goulart Filho, 'Quartett' explora a afetividade humana ao descortinar o casamento turbulento de Merteuil e Valmont. Eles discutem e se agridem com muita sagacidade no apartamento onde vivem em uma metrópole qualquer.

Com texto do alemão Heiner Müller (1929-1995), inspirado no romance 'As ligações perigosas', do francês Chordelos de Laclos (1741-1803), a peça segue em cartaz no Teatro do Leblon até 20 de dezembro, às 23h30, com ingressos a R$ 40, retornando à mesma Sala Fernanda Montenegro a partir do dia 9 de janeiro de 2009. A seguir, a atriz Beth Goulart leva uma prosa com o 'Laranja' sobre a temática visceral de 'Quartett':

LARANJA É A COR DO VESTIDO DELA - 'Quartett' me pareceu narrar a vida de um casal em derrocada, a ponto de se maltratar contando, em detalhes, trepadas extraconjugais. Você encontra relações similares ao seu redor no mundo contemporâneo?
BETH GOULART - Quem assistir à peça verá que este c
asal retrata a derrocada de uma relação que é pautada pelo poder, pela disputa - e não pelo amor e a entrega. É uma relação destinada ao fracasso justamente por isso: se eles assumissem o amor que sentem um pelo outro seria diferente. Eles construiriam algo, o que não acontece. Infelizmente isto ainda é recorrente nas relações amorosas e esta é a reflexão que propomos com este espetáculo, já que podemos sempre escolher o caminho a seguir em nossas relações, o poder ou o amor. Que o amor nos salve!

LARANJA - Achei muito interessante você contracenar com o Paulo Goulart Filho, que tem, naturalmente, a 'fôrma' dos Goulart (risos). Pode apontar para uma semelhança na alma dos personagens, inclusive. O que é mais difícil de atuar com alguém tão próximo?
BETH - A nossa semelhança física realmente chama atenção para a semelhança de caráter dos personagens, como se eles fossem os dois lados da mesma moeda, num jogo de espelhos. A peça também propõe uma troca de sexos e, no nosso caso, isso salta aos olhos por sermos tão parecidos. Com relação à dificuldade de ser tão próximo ocorre, na verdade, o contrário, pois neste trabalho é necessário uma grande cumplicidade em cena, uma intimidade, uma conexão, uma precisão de movimentos. Temos que sentir o outro e saber a hora certa do movimento do outro. É como uma dupla no trapézio: só com muita confiança e precisão dá para realizar o salto perfeito.

LARANJA - E para onde 'Quartett' (produzido por Pierina Morais, minha amiga de Facha) seguirá depois da temporada carioca?
BETH - Ainda não sabemos sobre mais viagens. Talvez continuemos em cartaz com esta peça por um bom tempo no Rio e já estamos preparando um próximo trabalho em teatro juntos.

* Fotos de Arnaldo Torres *

Ateliê da Coreografia estréia no Espaço SESC

A querida Isabella Motta entrevistou três bailarinos super bacanas, que conheço bem (Laura era vizinha e tinha até a chave lá de casa). Ela, João e Marcelo são super amigos da Flavia Meireles, que já conversou com o 'Laranja' sobre seus projetos. A seguir, dois parágrafos do texto da Isabella e o link da matéria completa, com vídeos exclusivos, que está publicada no iDança.net:

Bastam alguns minutos de conversa para sentir o grau de intimidade do trio João Saldanha, Laura Samy e Marcelo Braga. Há cerca de 20 anos trabalhando e convivendo, os três falam juntos, se interrompem e se completam durante a entrevista. Essa intimidade é o que permeia 'III Danças', espetáculo que estréia nesta sexta, dia 12, no Espaço SESC (Rua Domingos Ferreira, 160, em Copacabana, com ingressos a R$ 16), no Rio de Janeiro. "É um encontro com as pessoas que construíram uma trajetória juntas. Esse espetáculo só poderia ter sido feito agora, e com essas pessoas, pelas afinidades e conflitos que temos", explica João.

Em 'III Danças', a ação acontece numa instalação toda branca, que muda de cor criando uma ambientação diferente conforme a situação. Dividido em solos criados pelos três criadores-intérpretes, o espetáculo se propõe a mostrar ao público a importância do significado de partilha, comunhão. A cumplicidade entre João, Laura e Marcelo fica evidente em cena já que não existe hierarquia nem linearidade nos trabalhos. "Uma cena entra na outra, há um diálogo entre elas mas, ao mesmo tempo, uma não tem muito a ver com a anterior. 'III Danças' tem o ritmo de um espetáculo de variedades", classifica João.

A entrevista você lê na íntegra no iDança.net!

* Reprodução da imagem da entrevista *

Garganta Profunda canta hoje no Mistura Fina

Vem aí mais um show de lançamento do novo disco do Garganta Profunda. As músicas de 'Quando a esquina bifurca' (Rob Digital) serão interpretadas pelo grupo vocal nesta sexta, 12, às 21h30, no Mistura Fina, com ingressos a R$ 30. No roteiro, "Motivo pra Sorrir", samba de roda de Nilze Carvalho e Fabiano Salek; "A Hora dos Fogos", bolero de Thiago Amud e Maurício Detoni; e "Nem Parecia", baião de Marcelo Caldi e Edu Krieger) mais "Sonho" (Rodrigo Maranhão), "Seu Rosto" (Edu Krieger), "O Contador de Estórias" (Edu Kneip) e "Sopro do Vento" (PC Castilho e Carmélio Dias), entre outras.

Este é o primeiro álbum do quinteto a trazer um repertório totalmente inédito. O trabalho impôs ao grupo o desafio de se reinventar para, assim, enaltecer a atual MPB. Criado em 1985 pelo renomado maestro Marcos Leite, o Garganta Profunda é reconhecido por inovar o canto vocal brasileiro e unir no palco qualidade e ousadia. E agora, com 23 anos de estrada, ouve-se a mesma qualidade nas vozes de seus atuais integrantes: as veteranas Katia Lemos (mezzo-soprano) e Regina Lucatto (contralto), mais Fabiano Salek (percussionista e tenor), Marcelo Caldi (pianista, tenor e diretor musical) e Maurício Detoni (barítono).

* Foto de Lucíola Villela *

10 de dezembro de 2008

Cinco anos de risos e chopes com Nelson Porto

A data passou e, na correria, ambos esquecemos:
em 30 de novembro completamos cinco anos de amizade
.

Estou falando do designer Nelson Porto,
uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Enquanto faz desenhos como essa nêga de cabelos brancos e olhos verdes, Nelson cuida de stopmotions e websites,
entre eles o super útil Lá na Lapa.
Olha o reino de Madame Satã aí, gente!

Nelson já fez tantos desenhos bacanas: Woody Allen,
Pablo Picasso e este John Coltrane fabuloso aqui de cima.

* Foto de Monica Ramalho e ilustrações de Nelson Porto *

8 de dezembro de 2008

O show da Val em quatro cliques

Val sacode a platéia com "Loucos são os outros"

Felipe Rodarte e Lula Mattos: paixões antigas da cantora

Leo Ribeiro, parceiro de "Tranqüilidade pra nós" e "paz pós pus"

O percuterista André Fioroti fazendo bonito na estréia na banda

* Fotos de Monica Ramalho *

4 de dezembro de 2008

Val Becker canta domingo no Parque das Ruínas

A logomarca da banda é uma clave de fá semelhante àquela que a moça tatuou no ombro esquerdo. Quer ver a tatoo e ouvir o som magnético e brasileiríssimo de Val Becker & Bando? Domingo, 7 de dezembro, tem: a cantora e compositora se apresenta com seu quarteto no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, às 18h. O show é grátis e para todas as idades!

No cardápio, só autorais e por pouco tempo inéditas, entre elas a papo-cabeça “Kafka”, o reggae pueril “Trilhos infinitos”, as descontraídas “Viver”, “Minhocas e muito mais” e “Trança” (esta foi usada na trilha sonora de um comercial de celular da Sony Ericsson exibido nos cinemas do Rio de Janeiro e de São Paulo), a sacolejante “Tranqüilidade pra nós”, a psicodélica “Paz pós pus” e a deliciosamente irônica “Loucos são os outros”, que nomeará o disco de estréia da cantora.

Do samba rock ao drum'n'bass, entremeando jazz, xote, blues, soul, reggae e baião: eis uma das maneiras de falar sobre a música de Val Becker, defendida a cordas, batidas e fogo por Felipe Rodarte e Leo Ribeiro nas guitarras, Lula Mattos no baixo e André Fioroti na soma de percussão e bateria, instrumento que está ficando conhecido como percuteria.

Quem é Val Becker
Gaúcha de Porto Alegre, Val Becker compõe desde os dez anos, quando descobriu o violão do avô em cima de um armário. As primeiras músicas eram instrumentais, apesar da menina gostar de fazer verso. Aos 18 anos, com a voz mais preparada, arriscou cantar numa banda da cidade e adorou a experiência. Em 1992, Val desembarcou no Rio de Janeiro trazendo meia dúzia de roupas e, claro, o violão.

Conheceu bandas em início de carreira e músicos inspirados, entre eles Daniel Castanheira que hoje acompanha a cantora Ava (filha de Glauber) Rocha e os rapazes do Los Hermanos (Marcelo Camelo tocou pandeiro numa gravação dela), e se apresentou em lugares como Mistura Fina, Ballroom, Castelinho do Flamengo, Sérgio Porto e Planetário da Gávea. O filho Daniel nasceu em 1994. No mesmo ano, Val começou a estudar jornalismo na PUC Rio, de onde saiu em 2000 com o diploma debaixo do braço.

Val se afastou dos palcos, mas manteve a ligação com a música através das composições e da poesia, que pode ser conhecida através de blog www.valbecker.blogspot.com, criado em 2004. No ano seguinte, voltou aos ensaios e produziu novas músicas que traduzem sentimentos universais. São estas canções que você vai conhecer ao vivo domingo no Parque das Ruínas.

* Fotos de Monica Ramalho *

Paraty: mais uma repescagem fotográfica

O visual retrô do pipoqueiro que faz pose e tudo :)

Ainda vou ter uns janelões desses cá em casa

A hora da verdade: sim, eu fotografo torto! hahaha

E até a volta para casa rendeu bons cliques: ó que cena insólita

* Fotos de Monica Ramalho *

3 de dezembro de 2008

Estóica. Heróica.

Depositou entre os dedos amassados da mãe uma nota enrugada de 50 reais. O dinheiro serviria para trazer mais um pacote de fraldas. Geriátricas. O pai adoecera lentamente - há meses mal se movia sozinho. E nesta morte gradual parecia quitar as dívidas contraídas na Terra, onde viveu forte como um touro por cerca de seis décadas, quebrando empresas por burrice, esmagando cotovelos em balcão de bar, deixando faltar em casa para arcar com o deleite das amantes. Mas a brava mulher com quem este pulha casou-se havia jurado permanecer fiel na saúde e na doença. E cuidava de seu amado, já sem nenhum amor. Estóica. Heróica. Ao repousar a cabeça no travesseiro, mãe e filha se perguntavam todas as noites: 'E se fosse uma de nós?'


* Miniconto de Monica Ramalho *

2 de dezembro de 2008

MAM e Masp na rota de Vik Muniz em 2009

Vik Muniz é um dos artistas plásticos que fazem meu queixo cair. Tudo que ele cria nas telas (seja com tintas, geléias ou detritos) me encanta. Para quem não sabe, uma nota de rodapé: antes de estudar jornalismo, arrisquei um vestibular para belas artes, com foco em escultura. Passava dias inventando formas à argila que comprava na saída da escola. Sim, vivendo e aprendendo mais sobre os outros (risos).

Pois o rapaz paulistano nascido em 1961, há anos radicado em New York, desembarca no Brasil na última semana de janeiro para romper a fita da exposição 'Vik' no MAM. Após ocupar galerias no MoMA, no Miami Fine Arts Museum e na Cidade do México, a mostra chega aqui em versão ampliada: são 150 imagens, parte delas inédita.

Patrocinada pelo Bradesco Seguros, 'Vik' fica em cartaz no Rio de Janeiro até março. Em abril, salta para o Masp, em São Paulo. Vik Muniz é "o único brasileiro vivo que consta do livro '501 great artists of all time', da Penguin Books, que acabou de sair", informa Joaquim Ferreira dos Santos em sua coluna no Globo. O outro compatriota incluído na seleção gringa é Hélio Oiticica (1937-1980).

* Reprodução da Monalisa por Vik Muniz *

29 de novembro de 2008

'Chão aberto' leva Carol Saboya por nova seara

Carol Saboya enveredou pelas canções de Mário Sève e apresenta inéditas do artista no álbum 'Chão aberto'. O disco aponta para a solidez de uma carreira esculpida em anos de estrada, que lhe rendeu prêmios e viagens internacionais. A cantora lançou mão de toda essa maturidade para eleger como repertório de seu oitavo disco a obra de um compositor ainda desconhecido do grande público. O lançamento será na próxima quarta, 3, às 19h30, em show no Rival. Carol será acompanhada pelo próprio Mário Sève nas flautas, no saxofone e nos pifes mais Gabriel Gezsti no piano e no acordeão, Dôdo Ferreira no baixo e Cassius Teperson na bateria, com participação especial de Edu Krieger e Daniel Gonzaga.

"Esse é um trabalho de muitos desafios. Cada disco reflete uma paixão, um momento da vida da gente. Quis ser a primeira a gravar essas músicas lindas de um grande autor que pouca gente conhece", diz Carol, apostando na vontade do público de escutar novidades. "Começamos a trabalhar juntos em janeiro e queríamos lançar o álbum ainda este ano. A obra do Mário já era considerável, mas a maioria das inéditas que escolhemos para o Chão aberto foi composta justamente em 2008", situa a cantora. "Ouvimos tudo, apurando o que ficava bom na voz da Carol e eu segui compondo, entusiasmado pelo interesse dela pelas minhas músicas", explica o compositor.

Sève também assina a produção musical e 13 dos 14 arranjos, como o da faixa-título, que inclui as cordas do Quarteto Uirapuru, formação para a qual ele nunca havia escrito. No repertório, ritmos tradicionais da cultura brasileira, entre eles o samba "Águas passadas" (co-assinada por Chico César, com arranjo de Gabriel Gezsti), a capoeira "Arraia miúda", o maracatu "Feito à mão", o choro "Finais possíveis" (as três com letra de Mauro Aguiar), a marcha "Um segredo" (com Guile Wisnik, o parceiro mais constante de Mário Sève) e o tango “Canción necesaria” (com Cecilia Stanzione). o compositor foi à Argentina para gravar o bandoneon do legendário Walter Rios, maestro que já tocou com Mercedes Sosa e Goyeneche.

O disco foi gravado em algumas sessões – cerca de quatro faixas por entrada em estúdio. "E nestes meses houve muito entrosamento, fizemos vários ensaios e achamos que seria importante testar a reação do público", fala a moça. O show foi realizado no final de junho para um Mistura Fina lotado. Em retrospectiva, Carol diz, por exemplo, que foi difícil interpretar ao vivo o cordel "Draganjo", parceria de Sève e Mauro Aguiar. "Quis cantar de uma maneira nordestina e bruta mas, ao mesmo tempo, do meu jeito". O amigo Daniel Gonzaga divide os vocais com ela nesta faixa. Há outras participações solares na bolacha: Edu Krieger canta e toca violão de sete cordas na divertida "Trocando as pernas", da qual é co-autor, Lui Coimbra abraça o seu violoncelo em "O segredo" e Marco Suzano, dono de uma percussão ultra moderna, larga as digitais em sete faixas de 'Chão aberto'. É um discaço, minha gente.


* Reprodução da capa do disco *

28 de novembro de 2008

Monica Cristina São Paulo

Mal parei para comer e dormir nos últimos quinze dias, mas sei que estou um pouco em falta com você - que continua vindo aqui para espiar o mesmo post de uma semana atrás. Em recente entrevista com o dramaturgo Alcione Araújo - as horas juntos renderam um perfil sobre ele, puxado pelo novo romance: o magnético 'Pássaros de vôo curto' (dá vontade de tomar um café ou drink com certos personagens) -, ele me disse que "você nem viveu nem viverá determinadas cenas, mas pode descobrir as sensações ao ler sobre elas".

Ler e ver e ouvir. No teatro, no cinema, na música. O que é 'Vicky Cristina Barcelona', de Woody Allen? Diverte e faz pensar ao mesmo tempo. Preciso ver mais uma vez! Como também preciso visitar novamente o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Uma aula (no melhor estilo a-união-faz-a-força) sobre a gênese do idioma que eu e você apreendemos desde antes de tudo o mais. Por falar nisso, continuo adorando as aulas de inglês e até vou me arriscar na leitura de 'The catcher in the rye', a novel by J. D. Salinger. Será que vou dar conta? (risos). Na vitrola digital, rodam as três bolachas de 'Michael Jackson & Jackson 5'.

E, em paz com os sentidos, sigo a minha rotina alucinada que só deve acalmar em meados de dezembro. Prometo dar o ar da graça por aqui antes disso ;)

* Foto dos bastidores de 'Vicky Cristina Barcelona' *

23 de novembro de 2008

Da novíssima série: 'Experimente!'

Experimente usar umas horinhas do seu fim de semana para revirar a terra e plantar - ou replantar - uma flor. Depois, pesquise na web os cuidados que ela requer. E será ótimo passar os dias pertinho de suas folhas e aromas.


Como escreveu o poeta inglês William Blake: "Criar uma pequenina flor é um trabalho de eras".

* Foto de Philip J. Brittan *

20 de novembro de 2008

De Porto Alegre à Praça Tiradentes

Marisa Rotenberg vai passar pela famosa prova de fogo das cantoras na próxima segunda, 24 de novembro, quando lançará o álbum 'Boa hora' em solo carioca. Digo prova de fogo porque é o segundo de uma carreira iniciada em 2002 com o disco 'Na batida', mais conhecido por gaúchos e sulistas. Com recursos da Petrobras, 'Boa hora' chegará às lojas via Pic Music, selo de Antonio Villeroy.

Gastão (irmão de Antonio) Villeroy e Eugenio Dale produziram e fizeram os arranjos do disco, que reúne inéditas de compositores da nova geração advindos de várias partes desse Brasil imenso. Dos cariocas vêm a faixa título, o samba-de-roda "Boa hora", de Alvinho e Domenico Lancelotti, recém-gravado pelo Fino Coletivo; o samba-jazz "Morrer de Bem", de Rodrigo Campello e Suely Mesquita, traz Rodrigo no cavaquinho e nos violões; e do maranhense Zeca Baleiro, Marisa canta a malemolente "Ai ai, Iaiá", entre outras.

Quer ouvir tudo isso de graça? Apareça no Centro Cultural Carioca na segunda, a partir das 21h. Marisa vai se apresentar com Gastão Villeroy no baixo e na direção musical, Felipe Pinaud no violão e no bandolim, René Rossano no violão e na guitarra e Mac William na bateria e na percussão. Canjas de músicos que gravaram em 'Boa hora' estão prometidas para a noite.

* Reprodução da capa do álbum *

'No gargalo': Decantar...

Um dos mais charmosos rituais no serviço do vinho é a decantação. O anfitrião ou sommelier abre cuidadosamente a garrafa para que a rolha não despedace e verte devagarzinho o líquido para o decanter. Não deve ficar remexendo a garrafa pra lá e pra cá. O gesto tem que ser firme e suave ao mesmo tempo. O vinho permanecerá descansando ali por uma hora ou mais. Esse procedimento serve para separar sedimentos da garrafa, a borra, e também para fazer com que o vinho libere seus aromas, "se abra", como dizem os iniciados.

Vinhos maduros que ficaram muito tempo em determinada posição tendem a formar depósitos nagarrafa, que embora inofensivos, podem causar um certo amargor. Já os vinhos jovens não têm esse inconveniente. Muitos indicam a decantação porque acreditam que os taninos são amaciados, tornando-se menos adstringente.

Mas a decantação, como muitos temas em torno do vinho, não é unanimidade. Tem especialista que acha que o processo acrescenta muito pouco à bebida, beirando o desnecessário. Outros acham que é imprescindível, aconselhando a decantar qualquer garrafa de vinho que surgir na nossa frente. Branco, tinto, jovem, maduro, todo mundo pro decanter. Tem um pessoal tão convencido dos benefícios da decantação que submetem até espumante ao procedimento. Ai, meu Deuso. Isso eu nunca fiz, mas de repente...

Bem, eu acho que cada um tem que tirar suas conclusões. Faz o teste, é mais um motivo para beber vinho e você pode dizer que está fazendo uma pesquisa. É só abrir uma garrafa, colocar parte do vinho no decanter e deixar descansando por pelo menos 40 minutos. Sirva uma outra parte na sua taça e beba. Depois, experimente o caldo decantado e dê seu diagnóstico. A experiência com duas garrafas do mesmo vinho é ainda melhor. Você põe uma para decantar e a outra você bebe logo ao abrir. Quando acabar a primeira, o líquido decantado estará no ponto para sua criteriosa análise.

Um adendo: procure companhia, vai ser mais agradável. Além do mais, seu fígado e sua cabeça vão agradecer no dia seguinte.

Um beijo, gente!

* Foto decantada do site Apartment Therapy New York *

18 de novembro de 2008

Sérgio Ricardo dez anos depois

Após uma década de ausência da cena musical, o cantor e compositor Sérgio Ricardo têm encontro marcado com o público no Teatro Rival Petrobras em 21 e 22 de novembro, quinta e sexta próximas, às 19h30. O álbum 'Ponto de Partida' (feito com recursos da Petrobras e distribuído pela Biscoito Fino) traz um pouco de tudo, da capoeira ao baião, do afrosamba às milongas, do samba-canção à bossa nova. O artista fez releituras de suas canções mais representativas com arranjos e harmonias ousados, fruto de seu rico intercâmbio com a nova geração de músicos, entre eles os irmãos Marcelo e Alexandre Caldi. “Sem desmerecer os outros, este é meu melhor disco. Saiu exatamente como eu quis", escreve, em festa, no release.

No repertório deste par de shows iniciais, maravilhas como 'Barravento', 'Poema azul', 'Ausência de você', 'Maria do Tambá', 'Palmares' (parceria com Capinam) e 'Deus e o diabo na terra do sol' (com Glauber Rocha). Sérgio estará acompanhado pelos filhos Marina e Adriana Lutfi nas vozes e João Gurgel no violão, mais Alain Pierre nos violões, PC Castilho nos sopros, Gabriel Geszti no piano e acordeão, André Santos no baixo, Ignez Perdigão no cavaquinho e Naife Simões nas percussões. A direção musical é de Alain Pierre e a produção executiva, da amiga Daniela Camargo.

O Teatro Rival Petrobras fica na Rua Álvaro Alvim, 33/ 37, na Cinelândia. Ingressos de R$ 20 a R$ 40.

* Reprodução da capa do disco *

11 de novembro de 2008

Mar adentro

Ao ler a notícia de que Hannah, uma criança de 13 anos, quer "morrer com dignidade" na Inglaterra, me veio à mente cenas do impactante 'Mar adentro', de Alejandro Amenábar, estrelado por Javier Bardem. Lembro que assisti ao filme espanhol na véspera do meu acidente de carro, em março de 2005, e saí do cinema achando a minha vida bela, belíssima, apesar da turbulência causada por uma separação dias antes.

E o longa entrou pro roll dos meus clássicos. Há semanas, comprei 'Mar adentro' e, em Paraty, eu e Val aproveitamos uma noite chuvosa para rever a película. Sim, sou daquelas que vêem e revêem, lêem e relêem, escutam, escutam e escutam mais uma vez, descobrindo frases e movimentos de câmera, gostando mais das músicas e dos argumentos. Em alguns casos, como o de Ramón Sampedro (interpretado por Bardem) e a pequena e real Hannah, o direito de morrer deveria ser assegurado na lei. Veja fotos reais de Sampedro aqui.

Hannah se recusa a operar porque as chances de sobrevivência são baixíssimas e, na melhor das hipóteses, ela vai ficar dependente de intensos cuidados médicos a vida inteira. Ela quer abandonar o tratamento e passar o tempo que lhe resta em casa, entre bonecas e familiares. Justo. A inglesinha era saudável até os 5 anos, quando, para tratar uma leucemia, fez uso de remédios tão fortes que enfraqueceram seu coraçãozinho. Você encontra a notícia completa no G1.

* Reprodução do cartaz original do filme *

10 de novembro de 2008

Trabalhadores do mar

Abre a porta e caminha

Cá fora

Na nitidez salina do real

* Versos de Sophia de Mello e fotos de Monica Ramalho *

7 de novembro de 2008

PC Castilho lança 'Vento leste' dia 12 no CCC

'Vento leste' é o flagrante da ousadia do compositor, cantor, flautista, violonista e percussionista (ufa!) PC Castilho. Já na estréia solo, ele vem com um álbum autoral e duplo - a primeira bolacha reúne canções e a segunda é toda dedicada à música instrumental. Ao todo, são 12 faixas cantadas, como "A paz", "Sopro do vento" (regravada agora pelo Garganta Profunda no novíssimo 'Quando a esquina bifurca') e o xote "Pra você, mãe", sucesso nas apresentações desse rapaz de Angra dos Reis; e nove temas instrumentais, entre eles "Gráfico", "Olhar futuro" e "Cheirinho de Érica".

Acompanhado por Marcelo Caldi (teclado, sanfona e vocal), Marcílio Figueiró (violão de nylon, violão de 12 cordas e vocal), Carlos Rabha (baixo elétrico e vocal), Naif Simões (percussão) e Anderson Domingos (bateria), PC Castilho promete balançar o público do Centro Cultural Carioca na noite de 12 de novembro com o sopro deste 'Vento leste'. O meu amigo vive dizendo que "A melhor coisa do mundo é fazer show. É quando divido a minha música e troco energia com as pessoas, me sinto fazendo bem para todo mundo". E faz mesmo, pessoal!

* Foto de Lucíola Villela *

6 de novembro de 2008

'No gargalo': A vida é doce

Posso estar enganada, mas me parece que os vinhos de sobremesa (ou vinhos doces) ainda são poucos conhecidos por estas plagas.

Essa maravilha não tem nada a ver com os vinhos suaves, capazes de nos causar dor de cabeça por uma semana apenas ao tocá-los. São vinhos de qualidade inferior, feitos com uvas de mesa e que recebem adição de açúcar. Baratos, lotam as prateleiras dos supermercados. É bebida de “mulherzinha”, aquela coisa
docinha tipo Martini para a moçoila que está começando na carreira etílica.

Já o vinho doce é outro papo. O processo de produção é trabalhoso e delicado. Exige uvas especiais com alto teor de açúcar natural. A alta concentração de açúcar pode ser obtida através dos métodos de passificação, colheita tardia (late harvest) ou pelo ataque do fungo Botritys cineria, a podridão nobre, que você vê nesta foto abaixo.

Resumindo, é assim:

Passificação – as uvas são colhidas maduras e depois postas em um galpão para desidratar. Elas perdem água e aumenta a concentração de açúcar;

Colheita tardia ou late harvest – as uvas são colhidas após a maturação completa. As bichinhas ficam lá na parreira semanas depois de amadurecerem sendo vítimas também de uma desidratação;

Botritys cineria – esse nome esquisito é de um fungo que ataca a casca das uvas causando furinhos minúsculos. A uva acaba desidratando e também aumentando o açúcar residual. É um fenômeno conhecido como a podridão nobre e não pode ser estimulado ou evitado. O ataque desse fungo só acontece naturalmente, é um presente da natureza para os produtores. Ele se dá na França, na região de Sauternes, e também na Áustria, Hungria e Alemanha. Neste último país, há também os fantásticos vinhos do gelo (eiswein ou icewines). As uvas são colhidas congeladas, em noites de inverno, resultando num vinho doce raro, com alto teor de açúcar e acidez. Todo mundo deveria poder provar a magia de uma garrafa de eiswein!

Há vinhos de sobremesa que estão entre os mais saborosos e caros do mundo. Mas também, com tanta poesia, a gente até entende.

Saúde e paz pra você!

* Foto de Tom Maack *

5 de novembro de 2008

Bikes e cães de tudo quanto é jeito em Paraty!





* Fotos de Monica Ramalho *

4 de novembro de 2008

Tão

É que já estás tão dentro de mim
que me falta o ar quando despedimos
Já estás tão dentro
que me falta
quando

No tempo levo
e já não esqueço
estás e ficas
aqui e lá
que já não perco

É que já estás tão dentro de mim
que só te vejo!

* Poema de Val Becker *

1 de novembro de 2008

Vende-se Samsung 932 BW de 19'' novíssimo!

Motivo: estou apaixonada pelo meu Sony Vaio ultra portátil.

Comprei este monitor fantástico cerca de dois meses antes de adquirir o notebook numa promoção da Sony. Custou quase R$ 800 e repasso por R$ 650 à vista ou R$ 700 parcelado. Vai na caixa e com nota fiscal - a garantia é de dois anos. Interessou? Escreve aí pra gente negociar! ;)

23 de outubro de 2008

Mochilas prontas: Paraty

Gente, a recompensa por um ano de pitombeira nos textos,
nas assessorias de imprensa e nas gambiarras criativas virá
em forma de ruas de pedras, ilhas cercadas por peixinhos e arquitetura colonial: a partir desta sexta, dia 24, vamos descansar uma semana em Paraty.

Vou levar o notebook e o celular, mas espero usar pouquíssima tecnologia e passear um bocado de escuna, tomar sorvete e cachaça na pracinha, fotografar aquele cenário de novela de época e namorar muito - como se a vida inteira fosse feita sob medida para a calmaria. Volto já!

* Foto de JA Gálvez *

21 de outubro de 2008

Flores para Luiz Carlos da Vila

Este blog se despede do compositor e cantor de sambas e afins Luiz Carlos da Vila, um garoto de 59 anos. O poeta morreu na manhã desta segunda, no mesmo Hospital do Andaraí onde Cartola e eu nos operamos. Luiz Carlos estava internado há 40 dias, lutando contra um câncer reincidente no estômago. Já havia passado pela mesa de cirurgia em 2002, antes de lançar dois discos fenomenais que rodam tanto aqui na vitrola que considero trilhas sonoras da minha vida: 'Benza, Deus' (Carioca Discos, 2004) e 'Matrizes' (MEC, com recursos da Petrobras, 2005), em parceria com o amigo Cláudio Jorge.

Foi com o seu samba-enredo "Kizomba, a festa da raça" que a Vila Isabel conquistou o primeiro título no desfile das escolas de samba cariocas. Entre os maiores sucessos estão "O show tem que continuar", "Doce refúgio" e "Além da razão". A foto que ilustra este post foi escolhida de propósito: vai uma braçada de flores do campo para Luiz Carlos da Vila!

* Foto de Camilla Maia *

17 de outubro de 2008

A alma encantadora de João Roberto Kelly

Para quem é apaixonada por música brasileira como eu, não há nada mais emocionante do que conhecer figuras como o querido João Roberto Kelly, dos maiores autores de marchinhas de carnaval de todos os tempos. Ele e a simpática Maria Helena me receberam no apê deles, em Copacabana, para uma prosa regada a cervejinhas e boas lembranças. Abaixo, um trecho da entrevista - publicada na Carioquice deste mês - e o link para você ler na íntegra:


A história da televisão brasileira e, sobretudo, das geminais TV Excelsior e TV Rio não teria a mesma sonoridade sem as 88 teclas e as inumeráveis melodias de João Roberto Kelly, 70 anos de vida e 50 dedicados à música nacional. Compositor e pianista de musicais humorísticos nos idos 1960, Kelly usava toda a criatividade da juventude nos célebres ‘Times Square’, ‘My Fair Show’ e ‘Praça Onze’, entre outros, cujos diretores o convidavam para ser uma espécie de compositor residente dos programas. Isso até ele virar apresentador do seu ‘Musikelly’, criado na TV Rio e reeditado na TV Globo, já no final da década.

Em 1963, João Roberto Kelly foi trabalhar na TV Excelsior através de Luís Reis, também pianista e compositor. Kelly foi contratado pelo diretor artístico Miguel Gustavo para fazer aberturas de programas. No mesmo ano, a emissora adquiriu o Cinema Astória, em Ipanema, para transformá-lo em teatro. “Até que um belo dia o Carlos Manga me chamou para musicar os quadros do ‘Times Square’, inspirado nos espetáculos da Broadway. Os atores cantavam, dançavam e representavam. Para cada quadro havia uma vinheta e eu caí feito luva nesse esquema”, recorda.


Leia a entrevista na Carioquice!

* Foto de Adriana Lorete *

16 de outubro de 2008

'No gargalo': frases inspiradas no vinho

Sabemos que o vinho sempre provocou paixões e frases inspiradas. Hoje, só pra relaxa,r escolhi umas máximas espirituosas de autores célebres - e outros nem tanto.

"O Burgundi faz você pensar besteiras, o Bourdeux faz você falar besteiras e o Champagne faz você fazer besteiras" (Brillat-Savarin)
"O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria" (William Shakespeare)
"O vinho e a música sempre foram para mim um magnífico saca-rolhas" (Anton Tchékhov)
"Os vinhos são como os homens: com o tempo, os maus azedam e os bons apuram" (Cícero)
"O vinho é a prova constante de que Deus nos ama e nos deseja ver felizes" (Benjamin Franklin)
"O vinho é uma bebida excelente para o homem, tanto sadio como doente, desde que usado adequadamente, de maneira moderada e conforme o seu temperamento" (Hipócrates)
"O vinho que se bebe com medida jamais foi causa de dano algum" (Miguel de Cervantes)
"O vinho foi dado ao homem para acalmar suas fadigas" (Eurípedes)
"O vinho alegrará o coração do homem" (Vulgata)
"O vinho alegra o coração do homem. Jamais um homem nobre odiou o vinho" (François Rabelais)
"O vinho é composto de humor líquido e luz" (Galileu Galilei)
"Vence as preocupações com o vinho" (Petrônio)

Beijos e até mais!

15 de outubro de 2008

André Mehmari, o menino do dedo verde

Foi paixão imediata. O violonista Paulo Aragão elogiou as músicas do disco '... de árvores e valsas' num dia e esbarrei por acaso com o álbum no outro. Se gostei? Digamos que levei uns 15 dias falando de 'Um anjo nasce', 'Mairiporã', 'Noturno espanhol' e seus pares para todo mundo - inclusive à amiga Helena (irmã do Paulo) Aragão. Ela se entusiasmou e propôs escrever a quatro mãos sobre o André Mehmari para o site Overmundo, do qual é editora.

Apresentado virtualmente pelo querido Flávio Loureiro, o músico topou a proposta e, na primeira vinda ao Rio, nos recebeu para a entrevista. O que a gente tanto proseou você pode ler a seguir:

Instrumento ali não fica em cativeiro. Case é como roupa para os humanos: vestimenta para sair de casa em ocasiões especiais. Pela sala tem clarinete, bateria, rabeca, violão, guitarra. Tem até um cravo, porque gosta-se muito do estilo barroco. No centro (não por questão de ângulo, mas de relevância), o piano, absoluto. E passando por tudo isso sem derrubar uma palheta, Miguilim. Porque gato é um bicho muito sensível. “Os instrumentos ficam espalhados. A pessoa quer sentar no sofá e não pode: tem um cavaquinho ali”, ilustra, com um sorriso desenhado na boca, o multiinstrumentista André Mehmari, um peso-pesado no quesito música brasileira contemporânea.

Leia o texto completo no Overmundo!


* Foto de Gal Oppido *

12 de outubro de 2008

Um domingo animal!

A curiosidade matou o gato (risos)

Não parece um tigrinho?

A suavidade da gaivota num céu dramático

Um vôo em cabine dupla!

Fotos de Monica Ramalho *